Mantiqueira, palavras e sons

Escrito e ilustrado por Selma Bajgielman

“Mantiqueira, palavras e sons” aponta a  uma lenda sobre a Serra da Mantiqueira que constitui importante marco na cultura e no imaginário de dezenas de comunidades no entorno. O projeto “A Lenda da Mantiqueira”  foi aprovado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura − Governo de Minas e teve o  patrocínio dos Doces Hué.

 

“O estímulo à leitura é um desafio constante perseguido. As pesquisas revelam que a leitura é mais aceita quando trata de temas de fácil identificação, portanto vamos propor um material ricamente ilustrado e que reconta uma história que reúne elementos fictícios e reais, mas que principalmente se refere à serra que se estende altiva e imponente diante de todos os que vivem em seus arredores: a Serra da Mantiqueira, a serra que chora. ” diz Selma, idealizadora do projeto. 

 

A concepção da peça “A Lenda da Mantiqueira” foi desenvolvida cenicamente levando-se em consideração que a obra original é literária e não dramatúrgica. “A proposta se baseou então numa montagem teatral em que a palavra – elemento fundamental da obra literária – foi evidenciada em cena aberta”, esclareceu Elissandro de Aquino, que assinou a direção. Para tal efeito houve um encontro poético com elementos literários e orais, com fontes/trechos de Marina Colasanti, Bachelard, Heitor Villa-Lobos, Roberto Mendes, além de provérbios e cantigas folclóricas.

 

A direção apostou num espetáculo econômico, poético e mágico, procurou sair do estereótipo do indígena caracterizado por penas, pinturas corporais  e trabalhar cenicamente a cultura naquilo que é essencial e universal: respeito, história, amor e valor à vida. O espetáculo contou com Carla Llaguno, Elissandro de Aquino e João Paulo Soran, que assinou a sonoplastia com percussão, violão e acordeon, entre outros instrumentos que transportaram os espectadores ao universo onírico de uma heroína indígena cujo nome se perdeu no tempo.

 

 

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