Arqueologia Contemporânea

Exposição de Claudio Partes

É senso comum falar da saturação das imagens, senso comum afirmar o esgotamento das Artes Visuais, reflexo de uma sociedade vazia de sentidos e significados.

 

Senso comum também apontar o desafio de artistas que especulam novas ideias e formas. Não seria diferente em se tratando deste trabalho. 

 

“Arqueologia contemporanea”, à primeira vista, nos remete a uma oposição, antítese, tensão cronológica ao reunir dois elementos até então contraditórios; entretanto, quando nos aprofundamos da obra, o próprio tempo – agente polarizador – ganha um novo status ao abarcar, harmoniosamente, todos os tempos dentro do tempo. 

 

Sendo assim o artista utiliza além de tinta, pincel, bisturi, lamina de estilete, esponjas e espátulas, para resgatar, como um restaurador e arqueólogo, aquilo que não é mais visto. O interesse dele se manifesta portanto no oculto, naquilo que a tinta e o tempo escondem.

 

 

Na contramão de modismos e da entrega rápida, Claudio Partes parte para memória das coisas, para aquilo que está capsulado e camuflado, para a estética do tempo com suas formações e deformações. Além disso ele nos apresenta – de forma inédita e original - não apenas o que está à vista, mas principalmente o que se esconde sobre outra tinta/camada. Há sobre essa questão, um ponto crucial que nos provoca a origem das coisas e o limite do que deve ser contado e do que deve manter-se no silêncio.

 

“Para aqueles que passaram por algumas da exposições realizadas ao longo desses últimos anos, acredito que a oportunidade seja a de uma viagem no tempo. Para aqueles que não vivenciaram essas histórias, acho que despertarão as mais diversas experiências e associações a partir das próprias memórias. Acredito que vão de lugares vividos a analogias que os ambientes trabalhados provocam por suas cores, formas e intervenções”, reflete Claudio.

 

Claudio Partes atua como artista visual e designer há mais de 25 anos. Seu trabalho explora ao máximo a experimentação, onde  a leveza e a busca pelo essencial são algumas das características mais marcantes de sua obra. Em 2014, o artista ganhou, em conjunto com o Centro Cultural Fase, o prêmio Maestro Guerra-Peixe de Cultura pela exposição “Brasil-Portugal”.

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