Encontros e afetações entre o semiárido brasileiro e o semiárido ibérico
Espetáculo de dança que reflete questões de espaço e territoriedade. Com linguagem cênica e poética, o roteiro traz à tona a força do flamenco para compor um quadro dinâmico, expressivo, espanhol e sobretudo brasileiro. Aboio tem como ponto de partida o lugar nômade, compreendido como lugar de movimento, de fluxo, de deslocamento incessante. Aboio expõe os paradoxos deste lugar de impermanência e suas implicações em nossa relação com a terra: as fronteiras entre o pertencimento e o não pertencimento, o transmutável e o imutável, o permanente e o efêmero.
O projeto tem como investigação traçar pontes entre aboio e flamenco: ambos nasceram de uma relação com a terra, são síntese do patrimônio imaterial (um do sertão, outra da árida região andaluza), são fruto do hibridismo cultural, da transmissão oral, como resposta/memória às agruras e aos deleites da vida. No seio do aboiar, como afirma Elba Braga Ramalho, nasce a poesia improvisada. Aboio pretende criar uma ponte entre o sertão brasileiro e o sertão ibérico. Trabalho similar foi feito na literatura por João Cabral de Melo
Neto, mas, até onde se sabe, ainda é inédito um projeto de dança e música que busca aproximar essas duas realidades e manifestações, separadas temporalmente e geograficamente.
Ficha Técnica
Com as Bailaoras: Ariana de Britto, Julie Coelho e Maíra Pedroso
Percussão: Alejo
Cante: Diego Zarcón
Guitarra flamenca: Luciano Camara
Cante e trombone: Ciça Salles
Baixo: Bruno Vitale
Concepção e Direção Artística: (En)Clave Cia de Dança
Direção Musical: Coletivo Aboio
Preparação corporal: Eliane Carvalho
Coreografias: Ale Kalaf, Milene Munõz e (En)Clave Cia de Dança
Figurino: (En)Clave Cia de Dança, Lunares Flamenco e La Revêrie
Fotos: Cicero Rodrigues
Direção de Produção: Elissandro Souza de Aquino
Produção: Viramundo
Assessoria de Imprensa: Sandra Alencar